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8 de Março - A naturalização e a sacralização da violência contra mulheres

8 de Março - A naturalização e a sacralização da violência contra mulheres

Penso que se dizer cristão/ã é diferente de “ser” cristão/ã pois, uma religião que tem o amor e a misericórdia, por princípio, não pode consentir com atos de violência, antes precisa identificá-la e denunciá-la como crime e pecado.

As religiões de modo amplo, e o cristianismo de modo particular, associadas aos pressupostos morais do sistema capitalista não se limitou ao processo de subjugar mulheres, mas buscou sistematicamente sua objetificação, e em processos colonizadores como o que ocorreu no Brasil, consentiu e comungou com a escravização que assaltava o corpo e a alma dos povos originários e das pessoas escravizadas, violentando principalmente as mulheres. 

Toda essa violência que se assenta sobre o império do patriarcado está presente nas principais instituições sociais como família, escola, Igreja, sistema jurídico, linguagem, etc. Assim, a violência praticada contra mulheres foi, gradativamente, sendo naturalizada e sacralizada. Desse modo, a submissão feminina vivenciada nos textos bíblicos como recomendação de uma sociedade patriarcal, ganhou o corpo doutrinário das inúmeras denominações cristãs e passou a ser lida e vivida como um mandamento divino

Erramos quando não somos capazes de fazer a leitura crítica dos textos bíblicos e quando confundimos aspectos culturais de uma religiosidade patriarcal, e, no caso do Brasil colonizadora. Importante que na vivência cristã a gente possa resgatar a experiência ousada e revolucionária de uma fé que submete todo sistema de controle social, ao crivo do amor, do acolhimento, do respeito à dignidade humana.

Uma pessoa que é cristã deve, por princípio, examinar seus valores, atos e omissões à luz do amor divino, que gera em nós compreensão, respeito e comunhão com as pessoas, de modo especial às mulheres, principalmente as indígenas, negras, idosas, periféricas e em vulnerabilidade.

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Texto: pastora presbiteriana Sônia Mota, da IPU, e diretora executiva da CESE
O título dessa mensagem é de responsabilidade do CONIC e não constava no texto original

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