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ACT Aliança envia ajuda humanitária a povos indígenas da Amazônia

 
Os números de novas perdas de vidas no Brasil decorrentes do Covid-19 não param de crescer. Foi registrado na última semana (início de julho) um total de 60 mil mortes e a contaminação, agora, encontra-se em processo de interiorização no país. Os povos indígenas são um dos mais afetados pelo alastramento da pandemia, diante das vulnerabilidades sociais e econômicas a que se encontram submetidos e a histórica violação do direito às suas terras ancestrais.
 
Segundo números oficiais divulgados pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, haviam morrido 103 indígenas e 3.079 estavam infectados pela doença (dados de 16 de junho). Mas o registro feito pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) revelou um cenário bem mais preocupante: 281 mortes e 5.361 contaminações até o dia 14 de junho.
 
Um dos grandes fatores para a contaminação é o contato criminoso crescente com não indígenas (como garimpeiros), que invadem as terras dos povos originários. O desmatamento da Amazônia em abril foi o maior dos últimos dez anos, com 529 km² da floresta derrubada. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Aa região teve, no mês passado, um aumento de 171% em relação a abril de 2019.
 
Não por acaso, a Amazônia é a região que concentra o maior número de indígenas contaminados por Covid-19.
 
Ajuda humanitária internacional
 
Atenta a esse cenário, a ACT Aliança deu sua contribuição ao cuidado, proteção e resistência especialmente dos povos indígenas da Amazônia. Com a coordenação no Brasil feita pela CESE, está em curso a doação de cestas básicas e kits de higiene para diversas etnias da Região Norte, Centro-Oeste e Sul. Da previsão de aquisição total de 4.200 cestas, já foram adquiridas 3.269 unidades.
 
Itens de primeira necessidade como alimentos, produtos de higiene e álcool 70 foram recebidos pelas seguintes Nações: Tenharim, Parintitin, Jiahui (Sul do Amazonas/Madeira); Apurinã e Jamamadi de Boca do Acre (Amazonas); Jaminawa Arara, Shanenawa, Madijá, Nukini e Noke Koí /Katukina (Acre); Tenetehara (Guajajara), Krikati e Gavião (Maranhão – região Sul); Arara e Gavião – TI Igarapé Lourdes (Rondônia); Guarani (Rio Grande do Sul); Munduruku, Arapiun, Borari, Tupaiú, Arara Vermelha e Tapajós (Tapajós /Pará); Pakaa Nova, Makurap, Sakurabiat (Rondônia); Guarani Kaiowá (Mato Grosso do Sul); Kokama, Ticuna, Waikuru, Apurinã, Karuara (Manaus e entorno); Sateré Mawé (Manaus); Tukano, Dessano, Arapasso, Baré, Mirititapui, Piratapuia, Tuyuka, Wanano, Karapana, Tariano (Manaus). 
 
“Agradecemos a sensibilidade, generosidade em contribuir neste tempo difícil que o nosso país e o Estado do Amazonas passam, com a disseminação do novo coronavírus. Os povos indígenas integram o grupo de risco. De modo particular, as mulheres indígenas são mais vulneráveis. Este é um momento de muita luta. São essas mulheres guerreiras que cuidam das famílias. Nossas dores e angústias se transformam em luta pelo direito de nosso viver”, reafirma e resiste a indígena Clarice Tukano, da AMARN.
 
Apoio local
 
Para a distribuição local, a CESE contou com o apoio imprescindível de parceiros: Instituto Internacional de Educação do Brasil-IEB; Conselho de Missão entre Povos Indígenas-COMIN/Fundação Luterana de Diaconia-FLD; Comissão Pró-Índio do Acre – CPI-AC; Coordenação das Organizações e Articulações dos Povos Indígenas do Maranhão-COAPIMA; Conselho Indígena Tapajós-CITA; Associação de Defesa Etnoambiental-Kanindé; Conselho Indigenista Missionário – CIMI-MS; Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira-COIAB/ Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno-COPIME; Associação das Mulheres Indígenas Sateré Mawé-AMISM; Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro-AMARN).
 
Com informações da CESE
Imagem: Reprodução

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