O Regional do CONIC no Rio Grande do Sul torna público seu posicionamento sobre a situação do Brasil atual. Entre outras coisas, a Carta Aberta emitida pelo CONIC-RS fala da Pandemia, defende o fortalecimento do SUS e alerta para a importância do Auxílio Emergencial. “O Auxílio Emergencial é imprescindível para garantir a sustentabilidade mínima de milhões de famílias neste tempo de Pandemia”.
Mas não para por aí. A Carta ainda faz um apelo à razão – nesses dias de negacionismo: “a vacinação é o caminho que se apresenta para o controle ou superação da pandemia. Enquanto ela não atingir seu objetivo em função do número de pessoas vacinadas entendemos que as regras de distanciamento social continuam sendo de extrema importância para a saúde e para a própria economia”.
Confira a íntegra e ajude-nos a compartilhar esse documento com o máximo de pessoas:
Carta Aberta do CONIC-RS - Regional Rio Grande do Sul.
Fraternais Saudações!
Milhões de pessoas encontram-se enlutadas neste momento no Brasil e no mundo. O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs - Regional Rio Grande do Sul (CONIC- RS) externa o mais profundo pesar por cada vida que foi ceifada neste tempo de Pandemia. Jesus chorou a morte de seu amigo Lázaro, vivenciou a tristeza de Marta e Maria por causa da morte do irmão. Também nós choramos, também nós sentimos a dor e a tristeza porque em Cristo somos um. Cristo é a nossa paz, é a nossa esperança. Mesmo diante da dilacerante dor do luto, Deus está presente, pois em Cristo ele é solidário na dor. Ele conhece a dor, Ele se faz presente, Ele vê as aflições e ouve os clamores do seu povo sofrido; caminha ao lado e ouve o coração doído. Diante do sofrimento, nos amparamos nas promessas de ressurreição e de vida eterna.
Por outro lado, a esperança cristã não é passiva, não espera somente em respostas divinas sobrenaturais. A esperança cristã é ativa, faz a pessoa andar um caminho; o caminho do amor, da solidariedade e do compromisso com o bem estar de vida. Neste sentido, o CONIC-RS faz um apelo a todas as pessoas para que manifestemos este amor - o amor estabelecido por Cristo quando disse “amai uns aos outros como eu vos amei” - respeitando o distanciamento social, evitando a circulação em locais públicos sempre que possível e não divulgando informações falsas sobre a pandemia ou seu tratamento. O respeito às regras de distanciamento social é um ato de amor. É unânime entre cientistas do mundo inteiro que esta é uma forma eficaz de controlar a propagação do COVID-19 e evitar que pessoas venham a falecer.
Conclamamos às autoridades governamentais para priorizarem em suas ações a vacinação, a continuidade do Auxílio Emergencial de R$ 600,00 (seiscentos reais) e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde. Como tem sido demonstrado através da ciência, a vacinação é o caminho que se apresenta para o controle ou superação da pandemia. Enquanto ela não atingir seu objetivo em função do número de pessoas vacinadas entendemos que as regras de distanciamento social continuam sendo de extrema importância para a saúde e para a própria economia. O Auxílio Emergencial é imprescindível para garantir a sustentabilidade mínima de milhões de famílias neste tempo de Pandemia, assim como o fortalecimento do SUS possibilita o acesso a saúde.
É notável o aprofundamento da desigualdade social. Sessenta e oito milhões no país passam fome. É urgente e necessário manter programas ou criar novos para que se garanta a sustentabilidade da vida das pessoas excluídas do sistema econômico vigente. A razão da economia é estar a serviço da preservação da vida e do bem viver de toda a Criação. O desenvolvimento econômico deve garantir uma justa distribuição de renda e ser sustentável quanto ao meio ambiente. Para isto ocorrer, políticas públicas se fazem necessárias. Jesus orientou seus discípulos em Mateus 25.35 a dar de comer a quem estiver com fome: “Estive com fome e me deste de comer” disse Ele.
Na tradição cristã, vivemos no Tempo Litúrgico da Quaresma. Um tempo de profunda meditação, de jejum, de pensar sobre o sofrimento e viver uma esperança ativa. Tempo de confissão, tempo de conversão e tempo de gestos concretos de solidariedade como testemunho concreto da conversão.
“CRISTO É A NOSSA PAZ: DO QUE ERA DIVIDIDO FEZ UMA UNIDADE” (Ef. 2.14a)
FRATERNIDADE E DIÁLOGO: COMPROMISSO DE AMOR.
CONIC-RS
