No tempo litúrgico do Advento, em que vivemos a expectativa da chegada/nascimento do Messias, nosso Salvador Jesus Cristo, queremos trazer à memória a atitude de Maria, mãe de Jesus: “Maria guardava todas essas coisas no seu coração e pensava muito nelas” (Lucas 1:19).
No tempo litúrgico da Quaresma, somos chamado/as a resgatar, como fez Maria, o que guardamos em nossos corações. É tempo de avaliação de nossas vidas, de humildemente reconhecer nossas limitações e pecados.
Quaresma é o tempo litúrgico em que nos preparamos para o maior evento da cristandade: a ressurreição de Jesus Cristo!
Não devemos esquecer que a ressurreição foi precedida de traição, prisão, tortura, sofrimento que culminou na morte de Jesus na cruz, acompanhado de outros condenados. Neste período, Pedro negou que conhecesse Jesus, e os discípulos estavam temerários e desesperançados.
Foram as mulheres que se uniram para dar um tratamento digno ao corpo do seu Mestre, e foi outra Maria, a Madalena, a portadora da Boa Nova: Jesus venceu a morte! Ressuscitou! As palavras deixadas por Jesus sobre sua morte e ressurreição, como cumprimento das profecias/promessas do Antigo Testamento agora faziam sentido!
Na Quaresma, Jesus caminha conosco em nosso deserto, onde encaramos o racismo, a homofobia, a misoginia, a exploração econômica, a desigualdade social, a intolerância religiosa, a violência doméstica a desinformação/fake news.
O relato da tentação de Jesus no deserto, por 40 dias, nos mostra que podemos resistir à tentação do poder e riqueza fáceis ao sermos fiéis à Palavra de Deus.
Caminhando com Jesus na Quaresma, conseguimos atravessar o deserto e podemos conjugar o verbo Esperançar, buscando resgatar os valores do Reino de Deus, o cuidado com nossa Casa Comum e uma sociedade tal qual retratada pelo salmista: “O amor e a fidelidade se encontrarão; a justiça e a paz se abraçarão” (Salmo 85:10).
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Presbítera Anita Sue Wright é a 1° vice-presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC)