A globalização da comunicação trouxe ganhos sociais incomensuráveis do ponto de vista da melhoria da qualidade técnica e da rapidez com que as informações chegam aos locais mais distantes e pode ajudar a fazer do planeta uma comunidade sem fronteiras.
O fenômeno se ampliou com a difusão dos celulares e a criação das redes sociais. No entanto, além desta melhoria não chegar a todas as pessoas por suas condições financeiras e sociais, a manipulação midiática é algo que se torna cada vez mais presente nos contextos religioso, político e social.
Os meios de comunicação, em nível mundial, sempre estiveram direta e fortemente atrelados aos interesses privados da classe dominante e com poder de persuasão sobre as classes dominadas. Com tanto poder, os meios de comunicação de massa fazem uso de macetes discursivos e políticos para manipular o povo, já que esses veículos de “informação” e de “publicidade” de empresas, partidos e governos, são grandes formadores de opinião e conseguem aumentar, cada vez mais, os níveis de alienação social. Em nome da promoção do lazer, do entretenimento e do consumo, estas mídias desestimulam o público a pensar e a refletir sobre questões ligadas à política, às pessoas e ao meio em que vivem. Além disso, são usadas para fins de controle e manutenção de uma sociedade capitalista, segundo o interesse de quem detém o poder econômico.
Muitas Igrejas fazem também das mídias o seu palco de arregimentação de fieis e de proselitismo. Além disso, tem sido instrumento de convencimento, não só espiritual e religioso, mas de escolhas políticas, com argumentos baseados em perspectivas fundamentalistas.
Os movimentos sociais com sua militância política, sindical e social, assim como as igrejas e suas pastorais, são chamadas a tomar consciência da realidade e a interpelar a sociedade e os poderes públicos acerca dos perigos da manipulação das informações; a alertar sobreo cunho ideológico presentes na programação dos noticiários e de entretenimento e a estimular o uso responsável e crítico da mídia e das redes sociais.
Na busca para se conhecer formas alternativas ou contra hegemônicas de comunicação que atendam aos interesses sociais coletivos, especialmente os das classes dominadas pelo sistema capitalista, o CESEEP ofereceu, em 2019, este curso no formato presencial. Além do conhecimento teórico sobre o tema, fez-se um esforço de compreensão de como as mídias alternativas ou comunitárias, em oposição à “grande mídia”, podem contribuir com a experiência de um novo modelo de comunicação, com a responsabilidade de se educar as pessoas frente à realidade em que vivem, no sentido de transformá-la.
Neste ano (2020), quando estamos obrigados ao isolamento social, em virtude da pandemia de Covid-19, o CESEEP segue as orientações da OMS no que refere ao cuidado com a prevenção e proteção das pessoas quanto ao contágio pelo coronavírus, incluindo a de se evitar aglomeração de pessoas. Por mais importante que seja a presença e convivência de pessoas de diferentes lugares e culturas durante o processo de formação, na perspectiva da Educação Popular, o CESEEP optou por oferecer a possibilidade de estudo e reflexão sobre este tema, no formato online.
A programação vai conciliar momentos de estudo, de debate e de partilha entre cursistas, com a assessoria e a coordenação do curso. Vai tomar as experiências de cada um/uma como ponto de partida para a reflexão e finalizar com a sistematização dessas experiências e a busca do que fazer para transformar a realidade das comunicações. Pedimos que tragam a realidade de cada país, especialmente nesse tempo em que todos sofrem a virulência e as consequências da pandemia de Covid-19.
SERVIÇO:
Quando: 22 de agosto a 26 de setembro de 2020
Onde: Online
Inscrições: neste link.
Para mais informações, clique aqui.