
Nesta Páscoa, nos deparamos com a cruz de Jesus atualizada nas mais de 300 mil mortes por COVID-19. A cruz de Jesus também se atualiza nas mortes por feminicídio, na prática do racismo, na intolerância religiosa. São cruzes que representam a opção por colocar no centro das decisões políticas os interesses dos poucos que detêm o poder da economia do mercado.
Há existências desprezadas entre nós. Jesus, antes de ser crucificado, chorou por Jerusalém, lamentando a incapacidade da Cidade Santa encontrar a paz: “Se tu também tivesses sabido, neste dia, como achar a paz! [...] Mas infelizmente isso ficou oculto aos teus olhos!” (Lc 41-43).
Este Jesus, morto por uma política de violência, aliançada com o poder religioso que manipulou as massas, é o Jesus que nos desafia à coragem de Maria, sua mãe, de Maria sua tia e de Maria Madalena. As três Marias ficaram ao pé da cruz e não temeram os poderes que assassinaram Jesus.
Este Jesus que chorou nos chama para a vigília atenta. É o Jesus que nos diz para não temermos a morte.
Este Jesus que chorou é o mesmo Jesus que ressuscita e que, em sua graça, nos entrega uma fé viva e ativa, que descobre na ressurreição a Boa Nova de que nenhuma força da morte é maior que a força da vida.
Feliz Páscoa!
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil - CONIC
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