As organizações articuladas em torno da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político vêm, mais uma vez, repudiar posturas antidemocráticas do ocupante da Presidência da República.
Em meio a uma crise aguda causada pela pandemia da Covid-19, Bolsonaro desafia a democracia duplamente: ao instar aglomerações e, dessa vez de forma inequívoca, atacando as instituições ao participar de um ato em prol do fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.
Não é surpreendente o novo atentado de Bolsonaro. Sua ascensão ao governo é, em parte, explicada pela erosão das instituições republicanas. O que talvez seja surpreendente seja a contínua inação destas ante as afrontas do chefe do Executivo.
É urgente que se amplie o debate público sobre a pertinência de Bolsonaro e seu governo continuarem ocupando o Planalto. Luís Roberto Barroso, que presidirá o TSE, foi um dos que se manifestaram contra as intenções autoritárias de Bolsonaro neste domingo.
Para que não sejam palavras vazias, é necessário que os procedimentos que questionam a lisura da candidatura Bolsonaro-Mourão tenham rápido encaminhamento. Que sejam imediatamente julgadas, portanto, as ações de investigação judicial protocoladas no TSE. Esta é a alternativa hoje considerada pela Plataforma como a melhor saída para a crise política que se agrava diariamente, reforçada pela eclosão de uma questão sanitária cujas dimensões ainda não sabemos estimar.
Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político