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Quando o Aleluia sumiu dos Hinários. Por Clovis Lindner

 
Até que ponto se pode ir num processo de neurose coletiva? Uma prova de que paranoias podem atingir um grau inimaginável foi posta no dia 6 de maio de 1939. 
 
Para afinar seu discurso com a ideologia nazista vigente na Alemanha de Hitler, há 80 anos a igreja luterana fundou o Instituto para “Desjudaização” (Entjudungsinstitut). 
 
Sua tarefa seria eliminar qualquer traço judeu da igreja. O instituto baniu os textos do Antigo Testamento e referências à fé judaica da Bíblia, lançando, em 1940, a bíblia “Mensagem de Deus”. 
 
O uso do “Hallelluja” foi banido da liturgia e dos cantos de um hinário adaptado, que foi publicado logo depois, junto com um Catecismo “higienizado” de todas as referências ao mundo judeu. 
 
Do hinário original foi mantido, sem nenhum retoque, somente 4,4% dos hinos. E todo este plano de “limpeza” da fé luterana aconteceu na casa de Lutero, o famoso Castelo de Wartburg, em Eisenach, onde o “Entjudungsinstitut” foi fundado e mantido até 1945. 
 
A absurda entidade foi fundada por nada menos do que onze igrejas luteranas territoriais de toda a Alemanha. Oitenta anos depois, uma exposição em Eisenach faz o “mea culpa” desta loucura fascista da igreja luterana. “Wir sind in die Irre gegangen...” diz o monumento inaugurado diante da Wartburg. “Nós fomos às raias da loucura...” é a tradução mais adequada. 
 
 
Que Deus nos proteja de repetir tamanhos desatinos!
 
Clovis Lindner é pastor luterano, comunicador, e um entusiasta do Movimento Ecumênico
 
 

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