Em muitos lugares, a violência contra as mulheres não é reconhecida como violência. Por causa da cultura machista e patriarcal, que valoriza mais os homens do que as mulheres, condutas agressivas, opressivas e violentas são muitas vezes naturalizadas pela sociedade.
Inserida nesse contexto, muitas vezes a Igreja acaba reproduzindo e perpetuando essa violência, seja através de um discurso fundamentalista e moralista, determinando onde é o lugar da mulher e qual o seu papel na igreja, na família e na sociedade, seja através da omissão diante dos casos de violência que chegam ao seu conhecimento.
Quando a Bíblia é utilizada para culpar as mulheres pelos males do mundo e para invisibilizá-las, dificultando sua saída de um relacionamento violento; quando a igreja ensina que as mulheres devem ser obedientes, passivas e submissas aos homens; desqualificam ou reduzem o sofrimento da mulher comparando-o com o sofrimento de Jesus na cruz, e que cabe a ela carregar a sua cruz, a religião acaba contribuindo com a produção e reprodução das violências praticadas contra as mulheres.
A vida que Jesus Cristo veio trazer e ensinar é a que cria espaços para relações de paz na vida das pessoas, nas famílias, nas comunidades, na sociedade. Logo, o evangelho de Jesus Cristo nos leva a reconhecer que no mundo há realidades que contrariam a vontade de Deus e que é nosso compromisso de fé nos movimentar em busca da transformação dessa realidade.
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Texto: pastora Carmen Michel, coordenadora de Gênero, Gerações e Etnias da IECLB
O título dessa mensagem é de responsabilidade do CONIC e não constava no texto original
