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Boas práticas CFE: Agroecologia, comer é um ato político e de fé

 
"Nossa ciranda anuncia, comida boa na mesa
Pão nosso de cada dia, comida boa na mesa
Solo e riacho saudáveis, comida boa na mesa
Campo e cidade viáveis, comida boa na mesa."
(Edson Ponick)
 
O pão nosso de cada dia significa alimento saudável na mesa de todas as pessoas. Precisa ser comida boa, que faz bem para a terra, para as nascentes de água, para todos os bichos e plantas, para as diferentes gentes criadas por Deus. O que sabemos da comida em nossos pratos todos os dias? De onde veio e quem a produziu? Que tipo de agricultura estamos incentivando? O que sabemos da comida agroindustrializada?
 
O Brasil é o maior mercado de agrotóxicos no mundo. O veneno está matando as criaturas, reduzindo a vida ao lucro. Em números absolutos somos o país que mais compra, aplica e “come” agrotóxicos no mundo. Por meio do plantio monocultor de larga escala da soja, milho e cana-de-açúcar, o Brasil adota um modelo de produção extremamente reducionista e especializado no agronegócio, que resulta em alta dependência de agroquímicos, no agravamento de doenças e pragas agrícolas, no já comprovado adoecimento e morte de pessoas e da poluição das águas. Pecaminosamente, o Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), continua com a liberação descontrolada de agrotóxicos, aproveitando-se do fato de o setor agrícola ser definido como atividade essencial sem nenhuma compaixão com a vida. Isso é violência socioambiental, agravada ainda mais em contexto de crise sanitária e econômica. 
 
Resistir, persistir, sonhar e vivenciar uma agricultura sustentada no bem viver, defendendo um modelo agrícola que promove a sociobiodiversidade e a saúde de todos os seres. O Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA) integra a Fundação Luterana de Diaconia (FLD) e junto com o Conselho de Missão entre Povos Indígenas (COMIN) defendem que a produção agroecológica é o único modelo de produção de alimentos que corresponde aos desejos de Deus para uma vida em abundância. A agroecologia incide sobre a economia local e popular, fazendo brotar boas práticas. 
 
Uma boa prática apoiada há décadas pela FLD-CAPA é a feira! As feiras são referência de bem viver, de um relacionamento saudável com o meio urbano e rural, espaços de convívio local, troca de informações e construção de cidadania. A realização das feiras, de muitas formas e em diferentes espaços, fortalece a consciência ecológica, ao mesmo tempo promove aprendizagens sobre a produção de alimentos saudáveis, o comércio justo e solidário e o consumo consciente. As feiras tem muitos nomes: feiras ecológicas, agroecológicas e de economia popular e solidária, feiras da agricultura familiar, feiras nas escolas, feiras nas universidades, feiras nas praças. São espaços de muita vida em diversidade, de comercialização, de troca de saberes e sabores entre as pessoas, fortalecendo a organização comunitária, preservando a diversidade de nossa cultura popular e alimentar.
 
Participe das feiras agroecológicas como um encontro de fé e amor na diversidade criativa de Deus, e como um ato político em defesa de uma vida sem agrotóxicos. Conheça os pontos de comercialização em sua cidade, compre seu pão de cada dia diretamente das mãos de agricultoras e agricultores que cuidam da terra e das nascentes. Ir à feira é uma tradição milenar e precisa fazer parte da nossa vida, trazendo saúde e qualidade de vida, ao mesmo tempo em que incentivamos uma economia popular, justa e solidária.
 
Comer é um ato político e de fé. A agroecologia é uma expressão de paz, de unidade e bem viver, afirmadora da justiça socioambiental. Através dela seguimos os passos de Cristo, a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade. (Ef 2.14).
 
A Fundação Luterana de Diaconia - FLD é membra fraterna do CONIC
 
Conheça e apoie o trabalho diaconal da FLD-COMIN-CAPA: www.fld.com.brwww.comin.org.brwww.capa.org.br.
 

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