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Comprometidos com o sofrimento e os desafios enfrentados pelos migrantes

 
Todo início tem um final. E na tarde desta quinta-feira, 17 de janeiro, chegou o momento de encerrar o 32° Curso de Verão, iniciado no dia 9 deste mês, com a temática: “Por uma cidade acolhedora: somos todos migrantes”.
 
A despedida de pessoas e de lugares que nos faz florescer é sempre muito difícil. Uma exposição, na entrada do TUCA, das obras feitas pelos cursistas da tenda “Arte e espiritualidade do cotidiano” dava sinais de como seria a tarde de todos que partilhariam os momentos finais do Curso.
 
Situando ainda mais os participantes do encerramento sobre o tema da edição de 2019, Guto Godoy, artista popular do Curso e autor do Painel deste ano, por meio de vídeo explicou sua obra.
 
Aprofundando a realidade simbolizada na obra de Guto, foi exibido um material de campanha intitulado “Caminhos da solidariedade”, que integra o projeto de acolhimento da Diocese de Roraima, em defesa dos migrantes venezuelanos, que vai ao encontro do chamado do Papa Francisco – acolher, proteger, promover e integrar.
 
Na sequência, os cursistas da tenda “Arpilleras: justiça e paz em nossas mãos” transitaram pelo Teatro da PUC-SP, exibindo suas obras, feitas à mão. O grupo que por meio do bordado representa resistência, destacou o lema: “Se fere a minha existência, nós seremos resistência”.
 
Com a apresentação de uma montagem coletiva, a tenda de “Arte e militância em diálogos” também deixou seu recado: “Eu milito porque existo e existo porque resisto”.
 
Na mesma sintonia, a tenda “Poesia: prática e política” defendeu: “Ser errante, ser migrante não é diferente, faz parte da gente”.
 
Estreando no Curso de Verão, a tenda “Diversidade, cidadania e bem viver”, que tem como patrona a vereadora pelo PSOL, Marielle Franco, assassinada em 2017 no Rio de Janeiro/RJ, soltou o grito: “Marielle vive!” para cada grupo de resistência lembrado.
 
“Ninguém solta a mão de ninguém”, cantou e encantou a tenda de “Música” que encerrou a socialização das tendas.
 
Homenageados do Curso de Verão
 
O segundo momento do encerramento foi dedicado às homenagens para três pessoas queridas e de muita importância para todos os envolvidos no mutirão dessa formação ecumênica e popular conhecida como Curso de Verão.
 
A primeira homenageada foi Cecília Bernardete Franco, coordenadora do Curso, que ao som da música “Flores”, do grupo Flor de Minas, recebeu flores e calorosos abraços dos monitores e de integrantes das equipes de serviço como forma de agradecimento por sua dedicação, sensibilidade e garra.
 
Padre José Oscar Beozzo, coordenador do CESEEP e um dos idealizadores do Curso de Verão, que está afastado por conta de um tratamento quimioterápico, também foi homenageado por meio de uma canção. A letra escolhida para esse momento foi “Trem bala”, de Ana Vilela.
 
O ciclo de homenagens foi concluído com a presença graciosa e inspiradora de “seu” João, como é conhecido o violinista que integra a equipe de animação do Curso. Aos 86 anos, trinta deles dedicado ao mutirão, ele emociona e inspira com sua sabedoria, vida e resistência. Em sua participação no encerramento, não foi diferente. Encantou a todos ao tocar seu violino, vestindo saia, em homenagem à luta de resistência das mulheres. Sua história de vida e de caminhada junto ao Curso foi lembrada e reverenciada por todos os presentes.
 
Cursistas assumem compromissos em apoio aos migrantes
 
A derradeira parte da celebração trouxe uma síntese sobre os principais pontos aprofundados ao longo dos nove dias de formação com o tema “Por uma cidade acolhedora: somos todos migrantes”, representada pela Carta Compromisso do Curso.
 
Cientes e comprometidos com a responsabilidade humana, eclesial e cidadã diante do sofrimento e desafios enfrentados pelos migrantes, os cursistas que passaram pela plataforma da Estação 32° Curso de Verão assumiram os compromissos listados na Carta. Dentre eles, estão:
 
- Conhecer, divulgar e fiscalizar a execução da legislação sobre os direitos das/os migrantes;
 
- Acolher e aprender a conviver de forma integrada e solidária com as/os migrantes e refugiadas/os, valorizando suas raízes, culturas e respeitando sua fé e expressão religiosa;
 
- Criar e estimular o desenvolvimento de estruturas e redes de solidariedade para acolher e acompanhar as/os migrantes e refugiadas/os em suas necessidades.
 
Uma mensagem enviada pelo Padre Beozzo foi escutada atentamente por todos. Com sua sensibilidade, força e sabedoria, ele orientou: “Sabendo que não estão sozinhas ou sozinhos, mas de mãos dadas numa grande rede de solidariedade, com gente simples, mas de muita fé e muita garra, se comprometam a fazer em suas comunidades àquelas coisas pequenas capazes de promover mudanças extraordinárias”.
 
O 33º Curso de Verão, será realizado de 08 a 16 de janeiro de 2020 e terá como tema “Espiritualidades na cidade: por uma dimensão libertadora”.
 
O Curso de Verão é um mutirão, composto por pessoas, entidades, movimentos sociais, Igrejas, comunidades e famílias, que contribuem para uma formação ecumênica e de educação popular organizada pelo CESEEP (Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular) em parceria com a PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e o TUCA (Teatro da Universidade Católica de São Paulo).
 
Ira Romão / Comunicação / CV2019
Foto: CV2019

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