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Irmão Antônio Olímpio de Santana, você deixará saudades

 
Foi com muito pesar que recebemos a notícia, no último sábado, 16 de julho, do falecimento do reverendo Antônio Olímpio de Santana, vinculado à Igreja Metodista do Brasil. Antônio foi coordenador, durante anos, da Comissão Nacional de Combate ao Racismo – CENACORA. 
 
Pioneiro no debate sobre racismo nas igrejas, ajudou levar luz ao tema, descortinando algo que para muitos foi incômodo, mas que, para a igreja em si, corpo de Cristo, foi libertador. 
 
“Creio ser interessante dizer que preto é cor. Eu sou preto. Mas sou também negro. Ser negro é ter consciência de sua negritude. Portanto eu sou preto, sou negro e sou lindo”, afirmou em entrevista para o jornal Expositor Cristão.
 
Antônio Olímpio sempre esteve comprometido com a construção de um mundo melhor. Por isso mesmo, sua atuação não se limitou ao Brasil. Participou ativamente da construção do documento oficial brasileiro para a Conferência da ONU contra o Racismo, realizada na África do Sul; no campo ecumênico, foi membro do Conselho Latino-americano de Igrejas (CLAI) e do Conselho Mundial de Igrejas (CMI). Também integrou o Conselho de Igrejas Evangélicas Metodistas da América Latina (Ciemal).
 
“Minha religião é Metodista, mas a minha espiritualidade é negra. Antes de ser metodista e cristão, sou negro”, dizia ele. 
 
Deixará uma lacuna enorme para o movimento ecumênico, o movimento negro e de direitos humanos. Que saibamos “beber” de seu exemplo. Ou como disse a também metodista Magali Cunha, jornalista, “que ela sirva para alimentar o Metodismo brasileiro e o Cristianismo evangélico que tanto precisam de lideranças que empenham a vida pela causa da justiça, sem medo de consequências.”
 
Imagem: Reprodução

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