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Quaresma: é tempo de refletirmos o rumo que estamos tomando

Quaresma: é tempo de refletirmos o rumo que estamos tomando

“Estando Jesus a observar, viu as pessoas ricas lançarem suas ofertas no gazofilácio. Viu também certa viúva pobre lançar ali duas pequenas moedas, e disse: verdadeiramente vos digo que esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque todos estes deram como oferta daquilo que lhes sobrava; esta, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, o seu sustento.” (Mc 12.41-44)

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Iniciamos o tempo de Quaresma - que na tradição cristã representa um período para refletirmos sobre as rupturas diárias com a Aliança amorosa de Deus com a humanidade.

Tais rupturas acontecem sempre em que priorizamos a ganância em detrimento do bem comum. Ocorrem também nas práticas racistas e xenófobas. Ocorrem quando o amor vira retórica e não um livre exercício para revermos e transformarmos nossas posturas.

Este tempo de Quaresma será marcado por dois acontecimentos graves. O primeiro deles é o conflito entre Ucrânia e Rússia, cujas consequências podemos perceber no número de pessoas refugiadas, nos bloqueios econômicos e no racismo que tem impedido que pessoas negras saiam das zonas de conflito. 

O segundo grave acontecimento é o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês). O relatório traz dados preocupantes. Um deles é que, tanto seres humanos quanto a natureza estão sendo pressionados além de sua capacidade de adaptação. O outro é que comunidades mais pobres, povos indígenas, mulheres e crianças estão entre os que mais irão sofrer com as mudanças climáticas que se avizinham. As previsões são tão assustadoras que o secretário-geral da ONU, António Guterres, se referiu ao relatório como “um atlas do sofrimento humano”.

No Brasil, ainda vivemos o choque com as chuvas que destruiu a cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, resultando em centenas de mortes e dezenas de pessoas desaparecidas. 

Tempo de Quaresma é tempo de nos perguntarmos:

O que queremos como parte da humanidade? 

Queremos ser como aqueles que destinavam apenas as suas sobras nas ofertas, ou como a viúva pobre, cuja entrega foi total? Não estamos falando de valores financeiros, mas de uma entrega que se traduz em compromisso com o bem comum.

O grave momento pelo qual passamos exige de nós entregar muito mais que as sobras. Este tempo exige a radicalidade de entrega e abertura para realmente mudarmos o curso da história. 

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