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Subsídios para as Rodas de Conversa da SOUC 2022

Subsídios para as Rodas de Conversa da SOUC 2022

Neste mês de maio nos preparamos para a terceira grande festa do calendário cristão, a Semana de Pentecostes. A história de Pentecostes está narrada em At 2.1-41. É a festa que remete à presença renovadora do Espírito Santo entre nós, sopro divino, vivificante e transformador. Pentecostes é considerado o evento fundador da Igreja, que é a comunidade de todas as pessoas que creem que Jesus é o Filho de Deus. Pentecostes também está estreitamente vinculado com a missão de Deus que nos desafia a proclamar a Boa Nova do Evangelho em todos os lugares. 

No Brasil, a Semana de Oração pela Unidade Cristã (clique aqui para saber mais) é celebrada ao longo da Semana de Pentecostes, justamente porque nos reconhecemos, apesar de nossas diferenças confessionais e doutrinárias, fiéis no mesmo Deus, revelado em Jesus Cristo e que se faz presente entre nós no Espírito Santo; Pentecostes é a afirmação da nossa diversidade e, ao mesmo tempo, da nossa unidade

Este ano, o CONIC propõe uma série de materiais de preparação para a SOUC. Além do Cartaz, da Oração e do Caderno da SOUC para ser utilizado ao longo da Semana, apresentaremos ao longo deste mês um conjunto de quatro estudos bíblicos (Rodas de Conversa) que têm como objetivo preparar o caminho para a grande festa ecumênica que é Pentecostes. 

Mas não para por aí. Também ofereceremos um conjunto de quatro pequenos vídeos (que podem ser acessados aqui) que podem ser distribuídos pelas redes sociais, grupos de WhatsApp, Telegram, entre outros, a fim de animar as pessoas para a Semana de Oração.

Em tempos de pouca abertura para o diálogo, a Semana de Oração pela Unidade Cristã é uma oportunidade dada por Deus para que possamos atualizar a nossa fé a partir de valores que transcendam as fronteiras institucionais e doutrinárias. Orar e celebrar juntos a graça de Deus é um testemunho concreto de amor que podemos ofertar em tempos de ausência de paz.

 

RODA DE CONVERSA 1

Vimos o seu astro no Oriente e viemos prestar-lhe homenagens – Juntos(as) na caminhada de fé

Acolhida das pessoas participantes

Versículos bíblicos para meditar: 

“Viram o menino com Maria, sua mãe, e prostrando-se, prestaram-lhe homenagem” (Mt 2,11)

“Abrindo seus cofres, ofereceram-lhe por presente ouro, incenso e mirra”. (Mt 2,11)

Neste momento, projete o primeiro vídeo (link aqui) da Semana de Oração.

Partilhe sobre a relação entre os versículos bíblicos iniciais e o vídeo que vimos.

Quais os dons que colocamos a serviço da Unidade?

Reflexão:

Os profetas e profetizas anunciaram a vinda de um novo rei que irá promover justiça e direito na terra. Para nós, pessoas cristãs, Jesus, é o cumprimento desta promessa. 

Jesus nos ensina muito sobre o que deveria ser o centro da ação missionária. Jesus não foi seduzido pelos poderes de seu tempo (Lc 4.1-13). Jesus ensina o amor e a compaixão. Ele questiona e confronta aqueles que consideravam a lei maior que a graça misericordiosa de Deus.

Nossos irmãos e irmãs das igrejas do Oriente Médio nos convidam a refletir, ao longo da Semana de Oração pela Unidade Cristã, sobre os impactos dos extremismos religiosos, da ausência de separação entre religião e estado e sobre o domínio das grandes potências sobre os territórios. As ondas migratórias são consequências diretas desta realidade. As igrejas do Oriente Médio nos convidam para olharmos em sua direção e nos solidarizarmos com o seu povo. Uma forma de solidariedade é ouvindo o que nossos irmãos e irmãs nos contam. Precisamos incidir para que nossos governos não apoiem as guerras e outros conflitos violentos travados na região, além de não nos deixarmos influenciar pelos preconceitos que estigmatizam os povos do oriente como perigosos e violentos. Violento e perigoso é o desejo de poder e hegemonia que obriga as pessoas a deixarem a terra onde nasceram e vivem. 

Para conversar:

Quais são os desafios para a missão para proclamarmos e vivermos a unidade?

Oração:

Deus, nosso refúgio e força, nós te glorificamos porque és justo e defensor do direito. Confessamos, diante de ti, que frequentemente desejamos o poder. Ajuda-nos a buscar nosso Jesus Cristo não nos palácios dos poderosos, mas na humilde manjedoura e a imitá-lo em sua simplicidade. Encoraja-nos a nos esvaziar de nós mesmos à medida em que nossa ação for orientada para uma diaconia ecumênica e transformadora.  Assim oramos em nome de Cristo, que contigo e com o Espírito Santo reina para sempre na glória. Amém.  

Canto final: (livre)

Bênção final: (livre)

 

RODA DE CONVERSA 2

Vimos o seu astro no Oriente e viemos prestar-lhe homenagens – Fé não precisa de armas

Acolhida das pessoas participantes

Oração inicial (clique aqui e veja uma sugestão).

Canto: (livre)

Versículos bíblicos para meditar: 

“Deus julgará entre as nações e resolverá contendas entre muitos povos. Eles farão de suas espadas arados, de suas lanças, foices. As nações não pegarão mais em armas. (Cf Is 2.2-4)

“Glória a Deus no mais alto dos céus e sobre a Terra paz para os seus bem amados”.  Lc 2.14)

Após a meditação silenciosa sobre os versículos bíblicos, assistir ao segundo vídeo da SOUC (neste link).

Converse sobre a relação entre os versículos bíblicos e o vídeo.

Provocação:

Sua comunidade participou da campanha contra as armas? Há espaço em sua comunidade para conversar sobre as campanhas pró-armamento? 

Reflexão:

Jesus nasceu na pequena e insignificante cidade de Belém, cujo nome significa Casa do Pão. 

Diferente do que se esperava, o Messias aguardado não nasceu em Jerusalém, cidade com importância religiosa, política e econômica. Perguntemo-nos sobre as possíveis razões pelas quais Deus fez a escolha por Belém. 

Segundo a lógica humana, não poderia existir outro lugar para o Messias aguardando nascer a não ser Jerusalém. Entretanto, se, por um lado Jerusalém era a cidade mais importante do seu tempo. Era onde estava concentrado o poder. Por outro lado, a proposta de paz apresentada por Jerusalém era de uma paz imposta e viabilizada sob muitas restrições e repressões. Havia as restrições das leis religiosas, que separando as pessoas entre puras e impuras, excluíam mulheres, crianças, viúvas, pessoas portadoras de deficiência. Também havia a paz do jugo imposta pela cobrança de impostos muito altos que sustentavam tanto os Templos quanto o governo imperial romano. 

Belém era uma das muitas cidades impactadas pela paz repressiva e restritiva imposta pelos poderes de Jerusalém. O nascimento de Jesus em Belém, subverte a lógica humana.  O nascimento de Jesus é a revelação de Deus na história. Ao revelar-se em Belém, Deus anuncia que a paz de Jerusalém não é a paz almejada, porque excludente e imposta com armas.

A Paz de Belém é a paz sem armas, sem dominação e sem intimidação. A paz de Belém não é o resultado de uma paz tirânica, mas de uma paz que rompe com todas as fronteiras que geram perseguições, preconceitos, exclusões.

À luz do astro de brilha na cidade de Belém precisa refletir em Jerusalém para que a paz tirana seja substituída pela paz inquieta, que nos é apresentada pelo poema de dom Pedro Casaldáliga:  

Dá-nos, Senhor, aquela paz inquieta
Que denuncia a paz dos cemitérios
E a paz dos lucros fartos.
Dá-nos a paz que luta pela paz
A paz que nos sacode com a urgência do Reino
A paz que nos invade com o vento do Espírito, a rotina e o medo
O sossego das praias e a oração de refúgio
Paz das armas rotas na derrota das armas
A paz do pão, da fome de justiça
A paz da liberdade conquistada
A paz que se faz nossa sem cercas, nem fronteiras.
Que tanto é shalom, como salaam, perdão, retorno, abraço.
Dá-nos a tua paz!
Essa paz marginal que soletra em Belém
E agoniza na cruz
E triunfa na páscoa
Dá-nos, Senhor, aquela paz inquieta que não nos deixa em paz!

Canto: (livre)

Bênção: (livre)

 

RODA DE CONVERSA 3

Vimos o seu astro no Oriente e viemos prestar-lhe homenagens – Mulheres: fé, direitos e justiça

Ambientação: música baixa, ambiente pouco iluminado e com algumas velas acesas espalhadas no local da atividade; almofadas pelo chão e algumas cadeiras para quem não puder se sentar no chão.

Acolhida das pessoas participantes

Oração: convidar alguém do grupo para uma oração (livre)

Canto: (livre)

Após o canto, ao som de uma música suave e ambiente pouco iluminado, alguém lê os versículos bíblicos abaixo e convida as pessoas a meditarem sobre eles

“...Maria entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel, que perguntou: “Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite?”” (Lc 1,40:43) “Viram o menino com Maria, sua mãe, e prostrando-se, prestaram-lhe homenagem”. (Mt 2,11)

Meditação e partilha:

Após a meditação silenciosa sobre os versículos bíblicos, projetar o terceiro vídeo da SOUC (neste link)

O grupo partilha sobre a relação entre os versículos bíblicos iniciais e o vídeo.

Sua comunidade, a sua rua, o seu bairro e a sua cidade são lugares seguros para crianças e mulheres? 

Na sua comunidade existem serviços de escuta e acolhida para meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade?

Tempo para a conversa.

Reflexão:

Após descobrir que estava grávida, a primeira pessoa que Maria decidiu visitar foi sua prima Isabel. Maria precisou andar alguns quilômetros para chegar à casa de Isabel. Este tempo de deslocamento, possivelmente, foi um tempo em que ela, em sua solidão, refletiu sobre suas inseguranças, medos e esperanças. Estes sentimentos são comuns para todas as mulheres quando descobrem que estão grávidas. 

Como muitas mulheres, Maria procurou Isabel para conversar sobre as coisas mais profundas de sua alma. Isabel acolheu e ouviu Maria, que expressou, em Lc 1.46-56, o sentido que dava para este novo momento de sua vida: o da gestação. 

Desde o início, a gravidez de Maria colocou-a em situação de perigo. Herodes conhecia as profecias que anunciavam a vida de um Messias. Herodes não era alguém disposto a mudar a forma opressiva como exercia o poder. Ele era o tipo de líder político que eliminava tudo e todos que ameaçassem a sua autoridade, imposta pelo medo. 

Quando Jesus nasceu, José e Maria estavam longe do centro do poder. A revelação de Deus acontece na mais insignificante das cidades. Esta revelação é reconhecida pelos magos do Oriente que conheciam as profecias sobre o Messias, as que não tinham relação com a comunidade judaica.

Com o nascimento de Jesus, Deus nos possibilita compreender que seu amor não é excludente, mas abraça e envolve todas as pessoas. 

Os magos, após prestarem homenagem a José, Maria e Jesus, orientam que José e Maria deixem Belém e levem o recém-nascido para um lugar seguro, pois a ira violenta de Herodes poderia alcançá-los.

Os magos nos ensinam que sempre que uma pessoa está ameaçada por alguma forma de violência, preconceito, exclusão, é papel da comunidade acolher esta pessoa, orientá-la e apoiá-la para que encontre lugares seguros para viver.

Ser uma comunidade segura significa repetir os gestos dos magos que prestaram homenagem a Maria, José e Jesus. 

Oração:

Compassivo Deus, queremos caminhar juntos, guiados e guiadas por tua luz. Pedimos que a graça de Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam conosco e nos encorajem a tornar as nossas comunidades lugares seguros para quem sente-se ameaçado. Amém.

 

RODA DE CONVERSA 4

Vimos o seu astro no Oriente e viemos prestar-lhe homenagens – Fé acolhedora

Acolhida das pessoas participantes

Oração: convidar alguém do grupo para uma oração (livre)

Canto: (livre)

Após o canto, em um ambiente pouco iluminado e silencioso, alguém lê, de forma pausada e repetida, os versículos bíblicos que seguem:

"Pois é o amor que me agrada, não o sacrifício" (Cf.: Ose 6.1-6).
"Onde estiver o teu tesouro, ali também estará o teu coração" (Cf.: Mt 6,19-21).

Meditação e partilha:

Após a meditação sobre os versículos bíblicos, projetar o quarto vídeo da SOUC (neste link)

Convidar o grupo a falar livremente sobre a relação entre os versículos bíblicos e o vídeo Fé acolhedora.

Conversar sobre a situação das pessoas imigrantes e refugiadas onde você vive. 

Reflexão:

Os magos do Oriente não pertenciam à mesma tradição religiosa de José e Maria, no entanto, esta diferença não impediu os magos de reconhecer a revelação de Deus na história. Provavelmente, eles tinham ouvido falar que o povo judeu aguardava a vinda de um Messias. Essa espera representava a esperança da transformação de todas as relações de opressão e violência. A atitude dos magos em reconhecer na estrela de Belém o anúncio do nascimento de Jesus, indica que eles tinham profundo respeito à tradição de fé e à cultura do povo judeu. O fato de pertencerem a outra cultura e de viverem sua experiência de fé de forma diferente da dos judeus, não fez com que os magos ignorassem o sinal da revelação de Deus.

Chegando ao local onde estavam José, Maria e o menino Jesus, os magos demonstraram grande generosidade e amorosidade. Além dos presentes, eles orientaram José e Maria a deixar Belém, pois Herodes havia ordenado a morte de todas os meninos recém-nascidos. 

Nos anos recentes, muitas pessoas têm sido obrigadas a deixar seus países, como é o caso dos bahá'ís no Irã, do povo palestino, do povo sírio, e de tantos outros. As razões para isso são muitas: conflitos territoriais, perseguição religiosa e política, mudanças climáticas, extrema pobreza. 

A partir da atitude dos magos, cabe-nos perguntar:

1) Conseguimos exercitar a generosidade e a amorosidade com as pessoas imigrantes e refugiadas?

2) Nossa atitude com relação às pessoas imigrantes e refugiadas é de acolhida e respeito à sua cultura e religião?

Oração:

Entoemos um canto novo de alegria porque Deus se revela entre nós e nos oferece a possibilidade de convívio e partilha com diferentes povos e religiões. A diversidade de culturas e tradições religiosas são dons a serem celebrados. Por isso, a intolerância religiosa, a xenofobia e o racismo são testemunhos contrários à fé acolhedora revelada por Deus em Jesus Cristo. Que o Espírito Santo de amor e ternura nos desafie a refletir sobre nossa dificuldade de acolher. Em nome de Jesus. Amém.

 

SUBSÍDIOS DA SOUC

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