Na manhã desta segunda-feira, 20 de maio, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) acolheu familiares de vítimas da ditadura militar. A visita integra a Semana de Mobilização para o marco de seis décadas do Golpe Militar, cujo objetivo é pressionar o governo brasileiro a reinstalar a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos, extinta em 2022 durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A reinstalação desta comissão é vista como essencial para o fortalecimento da democracia no país.
A memória, a verdade e a justiça são pilares fundamentais para o avanço democrático no Brasil. Sem recordar as violências repressivas do Estado e identificar os responsáveis pelas torturas e desaparecimentos, não é possível promover direitos e justiça de forma plena. Muitas famílias ainda aguardam o direito de enterrar seus entes queridos, desaparecidos durante a ditadura, sem saber onde estão ou em que circunstâncias foram mortos.
Apesar do compromisso do presidente Lula de reinstalar a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos, ainda não houve avanços concretos nesse sentido. O Brasil enfrenta várias sentenças internacionais que exigem o direito à memória, verdade, justiça e reparação às vítimas de violações de direitos humanos. A secretária-geral do CONIC, pastora Romi Bencke, garantiu que a entidade enviará um ofício à Presidência da República exigindo a reinstalação da comissão.
A Semana de Mobilização inclui visitas ao Ministério Público Federal e ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, reuniões no Congresso Nacional, encontros com os presidentes das comissões de Direitos Humanos da Câmara e do Senado, e na Comissão da Anistia. Além disso, busca apoio de organizações não-governamentais e movimentos populares.
A luta pela memória, verdade e justiça continua sendo uma prioridade para o CONIC e todas as entidades engajadas nesta causa, visando um Brasil mais justo e democrático.
