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Violência contra a mulher é tema de audiência pública no Senado

 
A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal recebeu, no dia 26 de novembro, uma audiência pública para discutir o enfrentamento à violência contra a mulher. A secretária-geral do CONIC, Romi Bencke, esteve presente. Os debates ocorrem no contexto dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres (20 de novembro a 10 de dezembro). 
 
 
A iniciativa partiu de um requerimento apresentado pela Pastoral da Juventude (PJ) ao presidente da CDH, senador Paulo Paim, e faz parte de uma série de ações pensadas a partir da Campanha Nacional de Enfrentamento ao ciclo de violência contra a mulher, assumida pela PJ em 2017.
 
Para Romi, o elevado número de casos de violência contra a mulher no Brasil está ligado, em parte, à ação de grupos fundamentalistas religiosos. “A gente tem percebido no Brasil uma campanha que é protagonizada por grupos fundamentalistas e impacta diretamente na vida das mulheres. Essa relação existe porque todo discurso fundamentalista é um discurso patriarcal, que desrespeita a vida das mulheres, a vida da população negra, a vida das pessoas LGBT”, disse.
 
Ela também citou algumas passagens bíblicas que podem reforçar o papel de submissão das mulheres, e afirmou que as igrejas precisam atuar para que esse tipo de texto não seja interpretado ao pé da letra. “As igrejas têm um papel extremamente relevante na superação da violência contra a mulher. Isso porque todos os pilares que sustentam o patriarcado foram construídos com base numa hermenêutica patriarcal da Bíblia. Então, a violência contra a mulher tem uma base de argumentação teológica também”, acrescentou.
 
O secretário nacional da Pastoral da Juventude, Davi Rodrigues, falou da importância desse espaço de debate. “A Pastoral da Juventude quer provocar diferentes lideranças, atores sociais e políticos, desafiando cada um e uma a refletir, dialogar e desenvolver ações transformadoras, rompendo as correntes e apontando para a esperança de libertação”, declarou.
 
Integrante da Campanha Nacional de Enfrentamento aos Ciclos de Violência contra a Mulher, Daiane Zito Rosa destacou a importância da educação para a redução do problema. “Nós precisamos pensar a vida dos homens que cometem opressões e violências, e construir políticas públicas que não nos tornem também opressores. Não precisamos de mais cadeias, de mais punição, de uma nova forma de matar homens pretos. Precisamos de educação”, disse.
 
Continuidade
 
O CONIC solicitou que o tema continue sendo trabalhado no âmbito da Comissão de Direitos Humanos, e sugeriu que também seja promovido um ciclo de debate sobre a instrumentalização da liberdade religiosa para legitimar discursos de ódio.
 
Com informações da Agência Senado e da Pastoral da Juventude (PJ)
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

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